domingo, 1 de setembro de 2013

Diário de um fescenino

Antes de viajar, fui à biblioteca municipal de Niterói, que adoro, procurando alguns livros com os quais me distrair. Perguntei por Bukowski, mas o que havia dele eu já tinha lido. A atendente, percebendo meu ar desapontado, perguntou se eu conhecia Rubem Fonseca. Só de nome. Segundo ela, se eu estava afim de uma literatura marginal, sem papas na língua para a violência, ele era o cara.
"Eu vou te mostrar a prateleira dele, e aí você pode, quem sabe, escolher pelo título".

E então havia esse livro, "Diário de um fescenino". Eu nunca ouvi falar dessa palavra. A capa dava a deixa:

"Fescenino [do latim fescenninus]: ADJ. E S. M. 1. que ou o que tem caráter obsceno, licencioso; difamador, devasso 2.gênero de versos licenciosos e injuriosos, muito cultivados entre os antigos romanos; ou o que se diz sobre esse gênero; ADJ. 1. relativo à poesia e aos habitantes da antiga Fescênia, Itália."

Ok, escolhi pelo título.

E então havia esse personagem, Rufus, tão eu, e tão fodido junto comigo, na hora exata em que tudo estava fodido pra mim e pra ele, e eu lembrei como a literatura crua consola - se por um lado um diário não passa de uma mera descrição da realidade, por outro lado, foda-se - e achei justo abrir uma aba no blog (ou quem sabe outro blog) em homenagem a esse cotidiano filho da puta. Depois daquele sábado passei a documentar determinados momentos da minha viagem, e tomei gosto pela coisa.

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