sábado, 13 de junho de 2009

Analua


Por vezes, capturo comentários sobre minha embriaguez.
Falam sobre como vejo a vida de modo alheio, como de um palco com cortinas vermelhas e boa trilha sonora. Falam do modo como ironizo a ignorância e simpatizo com as minorias.
Dizem que vivo embriagada de arrogância e com os olhos vermelhos.
Que há demais?
Meus olhos vermelhos são frutos de noites de lua cheia, onde a luz me penetra e dói - mas eu gosto.

Tenho fotofobia e fodo com a lua a noite inteira, de olhos abertos.


T.L.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Ritual


Ontem, comemoramos 1 ano de Corujão da Poesia e Música de Niterói.
Li um texto que fiz, de nome "Ritual", pensando nas tantas corujas que encontro por lá.
Hoje, estendo a dedicatória aos meus amigos corujas, filhos da noite, admiradores da beleza e da cultura; sábios.


Ritual

Botem a roupa, tirem as máscaras!
Lavem a louça: queremos mãos ásperas.
Abram as asas, deixem o ninho
Em casa de coruja não entra passarinho.

Honrem o título, sábios que são!
Tragam o corpo, caneta e violão.
Que sãos e loucos encham os copos!
Não há patrulha no portão.
Que lâmpadas e gênios encham o saco!
Coruja não gosta de iluminação.

Sejam! Sem medo do açoite.
Bom selvagem é pra burguesia.
Coruja é bicho da noite,
Mas morde de noite ou de dia.

Reúnam-se, façam história!
Questionem o sim e o não.
Lá fora somos a escória,
Cravejada de ostentação.


Tainá L. - 01/06/09, aniversário de uma flor.