quinta-feira, 25 de julho de 2013

Bukowski depois daquela madrugada fria

"às vezes sou amargo mas no geral o sabor tem sido doce. é apenas que tenho medo de dizê-lo. é como quando sua mulher diz, “fala que me ama”, e você não consegue."

terça-feira, 9 de julho de 2013

Numa chuva de segunda

Cabelos já brancos, os mesmo olhos. Os olhos não mudam de cor com o tempo, já bastam os pêlos. Para alguns já basta a vida. Sabe-se lá quanto tempo os dois já viveram. Menos ainda o quanto já viveram juntos. Não parecem preocupados. Bebem vinho. Ou será conhaque? Depois de você, quase tudo é vermelho pra mim. Vejo as costas do homem, o cabelo bem cortado. Ele fala, e vejo as costas do braço falarem também. Ele gira a taça por entre os dedos, sacode o vinho - não o líquido, a cor. Sacode a cor e vira a taça na boca. Eu não vejo descer, mas sei que ele ainda queima. Eu sei que ele ainda queima com ela. O tempo não passa à mesa. Preciso escrever, preciso escrever sobre eles, preciso escrever sobre qualquer um que é, Marcelo, "sorria, você está sendo", como é bom escrever sobre que o está sendo, como é bonito ver uma taça esvaziar. Eu bebo enquanto o casal da frente se olha, e fico pensando: como é bom esquecer o tempo e beber com amor numa segunda-feira.

domingo, 7 de julho de 2013

Angústia

Meu olhar da prima caçula, 29 de junho