"É assim mesmo: passar a mão pelo muro castigado
como se a mão passasse por coisa viva,
ou como se a mão, ao passar, passasse
à coisa contaminada a qualidade viva;
é exatamente isto: descer os olhos
pelo tronco da árvore qualquer da esquina
como se descessem por musculatura tensa,
como se, ao descerem, decifrassem
um vocabulário de líquens sem pressa;
não há outras palavras – me abrace, vá embora,
ninguém há de sentir falta e tudo pode ser
este pedaço de concreto na calçada."
Marcelo Diniz
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