terça-feira, 24 de agosto de 2010

Bate

(Não pretendo dar uma de Fernando Pessoa e começar a escrever acerca do quanto tenho sido covarde. Sou do tipo que não gosta de divulgar fraquezas; não de forma descritiva, assim, tão clara, em 1ª pessoa. Mas, se pretendo voltar ao blog e, mais do que isso, voltar a escrever de forma necessária, é preciso romper este lacre. Ainda que seja posto como uma nota de página, há que ser dito e terminado. Não há assunto proibido.
Devo dizer, portanto, que tenho sofrido de algo que pode ser expresso por "falta de foco". Recuso-me a falar em "falta de inspiração". Aliás, tem sido até mesmo um período produtivo sob esse ponto de vista: vizinhos curiosos, rompimentos, alguns porres, boas festas...
Mas, fato é que não consigo terminar um texto que corresponda a uma de minhas inspirações desde meu último aniversário - movida por uma irritação digna de um inferno astral.
Penso que talvez minha capacidade crítica tenha minado minha confiança e vejo a Filosofia caber perfeitamente nos dois corpos que Sócrates atribui ao prazer e a dor, com uma só cabeça. Aliás, a única forma que me parece interessante falar sobre o que dói é, de fato, se o associo a algum prazer.
Por isso, e só por isso, ofereço minha cara literária ao seu tapa; bate. E, a cada estalo, mais me inspira).

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