sábado, 25 de julho de 2009

Modernidades

quero que a serpente que norteias morda fundo
quero que o soro que anseias pingue longo
e, como vagabundo, deixe que meu corpo caia.

se choras, quero que o motivo do seu pranto seja a saia
que levanto descarada,
aos únicos olhares que vaiam o teu canto.

quero que me castige, por cobiçar estúpidos
e tão logo me possua
e igualmente me cobice
e perceba assim que a estupidez
está mais perto que a velhice.

ainda tenho pulmões jovens e boas pernas
que de nada me valem, se sufoco e tremo.
enquanto rega e afaga minhas costas,
navego e me afogo no seu corpo-remo.

somos mútua ceia, não adoce demais o prato
tampouco faz do sexo farto, um torto agrado
há que entender do tântrico e também do sado.
mas, se no ato me arrancar o pulso, quero que
tua teia teça nova veia.

Porque eu sou jovem, estúpida e ainda quero envelhecer ao seu lado.


Tainá

3 comentários:

Unknown disse...

seus posts sempre me deixam sem palavras, ainda mais..!!!!!
seu cuidado, sua vontade e seu talento me deixam super orgulhosa de tudo o que escreve.
envelheçamos, mas não perca jamais a estupidez jovem. que de mais belo há?
te amo, b.

carine disse...

digo e repito : caralho.

João Mello disse...

Versos curtos! Minha obcessão.
Conseguiu exprimir a sua marca na rapidez do poema.
Ainda que não seja seu terrritório de conforto, ficou bem Tainá isso aqui!

Parabéns...

ler você é sempre descobrir novas possibilidades de escrita.